VIDA, VIDA
Não acredito em pressentimentos, nem agoiros
Me assustam. Não evito a calúnia
Ou o veneno. Não há morte sobre a terra.
Todos são imortais. Tudo é imortal. Não há
Que ter medo da morte aos sete
Nem aos setenta. O real e a luz
Existem, mas não a morte ou a treva.
Viemos hoje à enseada,
E o cardume da imortalidade veio
Quando eu puxava as redes.
Vivei na casa _ e a casa viverá.
Invocarei qualquer dos séculos
Para lá construir a minha casa.
Por isso tenho vossos filhos a meu lado
E também vossas mulheres, sentados à mesa,
Mesa para o magnífico avô e para o neto.
Cumpre-se aqui e agora o futuro,
E se eu ao de leve vos dou a minha benção
É porque só restam esses cinco raios de luz.
Omoplatas minhas como vigas mestras
Sustentam cada dia que engendra o passado,
Com a vara de agrimensura meço o tempo
E tanto atravesso como sobrevoo os montes Urais.
Escolho uma idade à minha medida.
Guia-nos o sul, com remoinhos de pó sobre a estepe;
Renques daninhos, pragas de gafanhotos,
As cintilações faiscantes das ferraduras polidas,
Tudo profetizava _ visões
De monge _ que eu iria perecer.
Peguei no destino, atei-o à sela;
E agora que estou no futuro, permaneço
Hirto nos estribos como uma criança.
Só quero a imortalidade
Para que o sangue flua pelas eras.
De boa vontade daria a vida
Por um lugar seguro e quente,
Não me guiasse a agulha aérea viva
Pelo mundo como a uma linha.
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Arsenii Tarkovskii
4 Comments:
Nada nada... isto é só uma experiência... tijay
3:04 da manhã
Só porque pediste, linda. Tou nao atrofiado, mas parvo á mesma. Os blogancos teem-me passado ao lado ultimamente pq tou em tempos de mudancas drásticas.
mas....
quando estiver á altura do atrofio, escreverei ;)
BJÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓZZZZZZZZ
7:09 da tarde
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
7:10 da tarde
Lindo... lindo... lindo!
11:19 da tarde
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